A ACIVA, muito insatisfeita com a decisão do Governo, exigiu que antes de o edital ser publicado a sociedade organizada possa opinar, avaliar e sugerir na elaboração do texto e formulação de requisitos do mesmo.
Dando sequência às audiências realizadas para definir a futura gestão do Hospital Regional de Araranguá, quando a ACIVA deixou clara a vontade de constituir uma Associação Comunitária Regional para assumir a gestão voluntária do HRA, mediante convênio, da mesma forma como ocorre com o Hospital Regional do Oeste em Chapecó, o Secretário de Saúde do Estado de Santa Catarina, Dalmo Claro de Oliveira, marcou nova audiência nesta segunda-feira (31/10) em Florianópolis.
Os empresários do Vale do Araranguá, membros da diretoria da ACIVA, compareceram em comitiva e participaram do encontro junto de representantes das instituições não-governamentais, dos Deputados Estaduais, José Milton Scheffer e Manoel Mota, do Prefeito de Araranguá, Mariano Mazzuco Neto – representando os 15 municípios da região como Presidente da AMESC e do Secretário Regional, Heriberto Afonso Schmidt.
Para o Secretário Dalmo, as Organizações Sociais passaram a vigorar em 2007. No Estado há cinco hospitais administrados com esse modelo de gestão e um deles é o de Araranguá. "Nesses 25 anos nunca avançamos em questões de melhorias e agora com a saída da Fucri começamos a buscar a substituição da OS. Achávamos que conseguiríamos resolver em 6 a 8 meses esse problema mas não conseguimos e então buscamos uma consultoria que definiu a necessidade de haver um edital de chamamento para constar os requisitos mínimos para que não ocorra mais uma administração infeliz", esclareceu.
"Não duvidamos da capacidade de vocês para essa função, mas passar a administração do HRA para a sociedade civil organizada é um risco muito grande. Melhor é passar para uma administração experiente e capaz de assumir e já mostrar trabalho desde o começo. Vamos aproveitar as sugestões de vocês para alargar os serviços oferecidos, ampliar e readequar o Pronto Socorro. Além de buscar a média e a alta complexidade, queremos oferecer consultas ambulatoriais com especialistas. Entendemos a intenção da sociedade local mas não podemos errar novamente com a região e essa também é a vontade do Governador Raimundo Colombo", pronunciou Dalmo.
Numa mobilização apartidária nunca vista no Vale em prol da saúde, a ACIVA, por intermédio do seu Presidente, Cláudio Alberto Damo, ressaltou a grande chance que a região está perdendo de acertar, tendo o regional administrado pela sociedade civil organizada, a qual acompanha há 25 anos as dificuldades do mesmo e tem elaborado todo um planejamento de curto, médio e longo prazo.
Para o Deputado Scheffer, outra preocupação é com o prazo que esta chegando ao fim, em março de 2012 e com alguns serviços que já estão sendo desativados. "É frustrante não receber a confiança do Estado para tocarmos o nosso próprio hospital, com alegação de falta de experiência, quando recebemos apoio técnico e logístico que já foi assegurado pela Universidade Federal de Santa Catarina e também pela Associação Lenoir Vargas Ferreira".
Manoel Mota, em seu pronunciamento, sugeriu a contratação de dois fiscais para permanecerem desde este momento até a transição em março dentro do regional, visando manter a ordem do patrimônio público. "Meu sonho para o HRA era transformá-lo num hospital universitário, modelo na região. A próxima administradora tinha que saber que, no mínimo, existe uma comissão capaz de opinar em vários aspectos da gestão. Um conselho com força suficiente para fiscalizar, cobrar e até penalizar quando necessário", disse Mota.
Não atender a oferta voluntária desta magnitude, contrariamente à posição dos sete deputados estaduais presentes à audiência com o Governador do Estado no dia 5 de outubro e da unanimidade dos Prefeitos e dos Secretários da Saúde da AMESC e demais entidades e cidadãos presentes à audiência pública da Comissão de Saúde da ALESC (19/8) implica em enorme responsabilidade e risco de se repetirem os erros históricos, de administradores não comprometidos com a região e que se afastam ao não terem seus interesses atendidos.