Correio do Sul – Com a volta as aulas, começam também a circular na cidade veículos muito especiais: vans, peruas, micro-ônibus e Kombis, que transportam o que para muita gente, é o bem mais precioso do mundo – os filhos.
Apesar de presentes na paisagem cotidiana da cidade, os veículos de transporte escolar de Araranguá não são regularizados, e por isso, a prefeitura tem apenas alguma noção de quantos são – oficialmente, cerca de 20 – e qual o estado de conservação dos carros que circulam com os estudantes, o que dificulta a fiscalização e a prevenção de acidentes. O motivo é a presença de veículos que trabalham na clandestinidade, e que por isso, não passam pela fiscalização do Demutran – Departamento Municipal de Trânsito de Araranguá, órgão responsável pela fiscalização deste tipo de transporte.
Segundo o diretor do Demutran, Geraldo Mendes, a situação preocupa não só a prefeitura, mas também os "perueiros" – apelido dado aos que trabalham com o transporte alternativo – do transporte escolar, que pleitearam a regularização. "Eles mesmos estão preocupados em resolver a situação, mesmo porque estão atrelados a outras empresas de transporte, e querem a independência da classe", diz o ex-vereador, que explica que no município há cerca de dez associações de transporte instaladas, e que prestam serviço transportando crianças e outros estudantes a escolas e universidades no município e outras cidades.
As ações já estão acontecendo para a regularização da categoria: estudos já estão sendo feitos pelo Demutran, e um convênio com o Inmetro está sendo assinado para que o Instituto faça a vistoria técnica dos veículos, auxiliando o Demutran na tarefa de fiscalização, junto com a Polícia Militar do município. Serão avaliados critérios de segurança, como a presença de cintos de segurança, cadeiras adaptadas para crianças até cinco anos, identificação como veículo escolar, motorista habilitado com CND categoria D, entre outras exigências que ainda estão sendo estudadas, e que devem passar para análise e aprovação da Câmara de Vereadores.
Segundo Geraldo, os estudos devem acontecer até março, quando o novo regulamento deve ser implantado, e os transportadores escolares devem receber os primeiros alvarás. Em 90 dias, o sistema estará completamente implantado, e os órgãos competentes iniciam as fiscalizações dentro das novas regras. "Queremos dar segurança para os pais e os alunos, para que sejam transportados de forma segura, tranquila, com tudo regularizado", afirma.