“Está previsto para 2008, uma queda, segundo dados preliminares liberados pela SEF/S@T, em torno de 17% na economia regional. É um agravante para as prefeituras e uma medida drástica terá que ser tomada como redução extrema de custos para que possam manter os serviços básicos de saúde e educação”, diz Moacir Mário Rovaris, responsável pelo movimento econômico na região.
Santa Catarina está entre os seis principais estados produtores de alimentos e apresenta os maiores índices de produtividade por área, graças à capacidade de trabalho e de inovação do agricultor, ao emprego de tecnologias de ponta e ao caráter familiar de mais de 90% das explorações agrícolas. O setor agrícola representa 12,8% do PIB estadual. As atividades do agronegócio, no entanto, contribuem com cerca de 20% do PIB estadual.
Porém, a crise dos grãos, iniciada na safra 2004/05, bateu pesado nas contas dos principais Estados agrícolas, entre eles, Santa Catarina e em especial, o extremo sul catarinense. A arrecadação de ICMS do setor primário, um bom termômetro para analisar o cenário, registrou uma expressiva queda na contribuição desses Estados e a previsão é de uma brusca queda em 2008.
Os efeitos negativos desse setor sobre as contas dos Estados estendem-se aos setores industriais e de serviços. A arrecadação de 2005 foi pior do que 2004, seguindo com a de 2006 que foi inferior a de 2005 e continua esse processo gradativo, com a arrecadação de 2008 que será muito baixa em relação à deste ano.
O técnico da Amesc, Moacir Mário Rovaris, responsável pelo movimento econômico na região, enfatiza que a situação nunca se agravou tanto. “Está previsto para 2008, uma queda, segundo dados preliminares liberados pela SEF/S@T, em torno de 17% na economia regional. É um agravante para as prefeituras e uma medida drástica terá que ser tomada como redução extrema de custos para que possam manter os serviços básicos de saúde e educação”.
Engana-se quem pensa que a produção de arroz é a responsável por movimentar a economia dos municípios que tem sua base na agricultura. Antes, está o cultivo de fumo, seguido de perto pela criação de frangos e produção de ovos. Um levantamento do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que o aumento do peso político e econômico levou ao crescimento, nos últimos anos, da dependência da região sul do Brasil ao tabaco. Segundo o estudo, o Brasil se tornou nos últimos anos o segundo maior produtor de fumo do mundo, ultrapassando a Índia e consolidando-se como maior exportador.
A segunda maior atividade na região, grande geradora de receitas, é a avicultura, que em 25 anos passou de atividade marginal para uma das mais importantes atividades econômicas do Estado. Santa Catarina produz 2,5% da produção mundial e detém 8% dos negócios mundiais de frangos, sendo marca reconhecida na Europa, no Oriente Médio e no Japão. A produção avícola é referência estratégica para a avicultura mundial, nacional e do Mercosul. Com a implantação da empresa Tramonto Agroindustrial em Morro Grande, este segmento tende a se consolidar ainda mais na economia do Extremo Sul Catarinense.
Mesmo com tantas opções de renda, os 15 municípios da Amesc vivem um período de queda na arrecadação e a notícia desagradável, mas necessária, é de que a economia para 2008 não está indicando bom tempo.
“Ventos fortes estão chegando e precisamos nos alicerçar e buscar novas alternativas de desenvolvimento. Esmolas do Governo Federal e Estadual para reforma de escolas, postos de saúde, para construção de penitenciárias e ginásios de esportes não é o suficiente para alavancar o desenvolvimento da região. Precisamos sim, é de um apoio firme e decidido na melhora significativa de nossa infra-estrutura, para que possamos implementar novas indústrias na região”, frisa Rovaris que trabalha com pulso firme para ajustar as DIMEs garantindo assim, um repasse justo aos municípios, a fim de se manterem perante a crise.
Ascom Amesc
Michele Fernandes