No final de maio (29) o grupo se deslocou até Jaguaruna, onde projeto semelhante foi aplicado na Lagoa do Camacho, com objetivos de mineração e enfoque na pesca feita por famílias locais e ainda o turismo. – Há cerca de três anos a Lagoa estava muito poluída, nem havia acesso às suas margens, mais ou menos como ocorre atualmente na Lagoa do Sombrio – conta Valmir Daminelli, engenheiro agrônomo da Prefeitura de Sombrio. – Mas aqui, como houve o interesse na extração de conchas calcárias para fins comerciais, uma empresa entrou com os investimentos que geraram a reabilitação da Lagoa – revela.
O grupo de técnicos visitou a unidade onde ocorre a mineração para extração do material, hoje feita em terreno seco, depois de um período retirando as conchas calcárias do próprio sedimento que causava o assoreamento do fundo da lagoa. Depois de obter as licenças ambientais exigidas para o trabalho, a empresa teve ainda que se integrar com as comunidades próximas, que seriam também beneficiadas com o projeto, unindo mineração, desassoreamento, pesca, turismo e ainda o setor social. Várias reuniões foram realizadas para explanação do projeto aos moradores, que puderam entrar com suas opiniões e ideias que viessem acrescentar novos pontos de vista e melhorias.
Os técnicos de Sombrio e da Amesc foram até as margens da Lagoa do Camacho, onde conversaram com moradores e pescadores, alguns dos principais beneficiados. – Esta área onde agora pudemos chegar de automóvel, segundo os moradores, era de acesso impossível antes do projeto – afirma Daminelli, postado a centímetros da lâmina d’água. No local, uma pequena baía criada a partir do desassoreamento, está inserido um pequeno porto, onde os pequenos barcos de pesca são ancorados e guardados.
Representantes da empresa mineradora convidaram o grupo para um passeio pelas águas da lagoa, onde antigamente a navegação, mesmo com as pequenas embarcações, era impossível. Visitaram ainda uma ilha artificial, criada também com o material que antes causava o assoreamento. – Esta já é a segunda visita que faço ao local, sendo a primeira na companhia do Secretário de Agricultura de Sombrio, José Antônio da Silva, que também demonstrou grande interesse. Assim é possível termos uma base para saber como elaborar um projeto para a Lagoa do Sombrio – diz o engenheiro.
Segundo Daminelli, o grupo está em fase inicial dos trabalhos e já conta com dados técnicos de outras tentativas de desassorear a Lagoa. O próximo passo é buscar o apoio de colônias de pescadores. De posse do projeto, a busca será por verbas que possibilitem a revitalização de um dos mais belos cartões postais do Extremo Sul Catarinense, de onde várias famílias tiram o seu sustento e que guarda a possibilidade de implementar de forma inédita o turismo dos municípios de seu redor.