"Há uma necessidade muito grande da mata ciliar ser recomposta e hoje, felizmente, as pessoas estão percebendo isso". Assim define o objetivo do projeto Mata Ciliar, a Diretora do Departamento de Desenvolvimento Rural de Meleiro, Daise Da Boite Destro.
O projeto começou em 2003 e se estendeu até 2007. Quando o governo federal lançou o edital para que os municípios interessados em recuperar sua mata ciliar, recebessem recursos da União via Fundo Nacional do Meio Ambiente (FMNA).
De imediato houve a iniciativa em participar da Prefeitura da cidade, que enviou à Porto Alegre um grupo de pessoas para receber o treinamento visando à implantação dos trabalhos.
Como o grau de exigências quanto à documentação e especificidades para a adequação dos municípios no projeto era considerável, Meleiro passou apenas na primeira fase do levantamento feito por Brasília e não foi atendido, a exemplo de todas as cidades de Santa Catarina. Porém, a idéia de preservação permaneceu circulando nos bastidores da Prefeitura e, através de esforços e recursos próprios, o poder público de Meleiro viabilizou a implantação do Mata Ciliar.
Inicialmente, as mudas foram compradas de uma empresa de Turvo e repassadas a preço de custo aos agricultores, para que esses transplantassem as mudas para as margens dos rios. O projeto deu tão certo, que foi necessário ampliá-lo, e hoje Meleiro já conta com seu Horto Florestal, que localiza-se atrás do Pavilhão do Arroz. Ali são escolhidas as sementes (retiradas da mata nativa), feito o plantio, e depois de crescidas, as plantas são transplantadas para seu habitat definitivo, de forma gratuita aos agricultores.
São mudas de árvores nativas da região, como Ingazeiro, Timbaúba, Garapuvu, Pitangueira, Açoita-Cavalo, dentre outras. "Em função das enchentes que atingem nossa região, chegamos à conclusão de que havia a urgência de fixar as margens de cursos d'água, aqui existentes”, justifica Daise.
Localidades como Poço Verde, Sapiranga, Boca do Pique, Jundiá, e o Centro da cidade já receberam o plantio dessas mudas. O projeto faz somente uma exigência: que os proprietários desses terrenos venham de fato a contribuir com a natureza, fazendo o plantio das árvores de forma adequada e contribuindo para a sobrevivência das espécies.
Fonte: Destaque Catarinense e contato internet