Fonte: Correio do Sul
Uma denúncia anônima levou na sexta-feira os funcionários do Instituto Chico Mendes – Ibama -, a casa de Ledoir Evaldt Ferreira, 37, em Sanga da Ripa. Lá foram encontrados cinco tatus mortos e preparados para consumo, quatro arapongas – ave ameaçada de extinção – e dois papa-capim, além de duas espingardas, munição e instrumentos utilizados para atrair animais para armadilhas.
Como o caçador não estava em casa, na segunda-feira, o sargento Krugger e soldado Donizete, da Polícia Ambiental, a pedido do Ibama, foram ao local auxiliar na identificação do homem. Ao se deparar com o grupo, Ledoir reagiu a prisão com uma faca e atiçou os cachorros de caça.
Um deles mordeu e abriu uma ferida numa perna do soldado. Mesmo assim, foi contido e encaminhado a delegacia para elaboração de um Termo Circunstanciado por ameaça, resistência e lesão corporal. Do Ibama, Ledoir recebeu três multas que juntas somam mais de R$ 20 mil, por manter pássaros em cativeiro, agravado por ser espécie em extinção, pela caça dos tatus e por tentar dificultar a ação dos órgãos ambientais. Ele enfrentará um processo administrativo de cobrança das multas e outro por crime ambiental.
A situação dos pássaros revoltou o analista ambiental José Wilson da Silva. "As arapongas são raras e estavam em gaiolas na rua, embaixo de um sol de 35 graus, sofrendo maus tratos", disse.
Tanto as aves quanto a carne deveriam ser comercializadas. "Um tatu desses, pesando de três a quatro quilos, chega a valer uns R$ 200,00", avaliou Donizete.
As arapongas e papa-capim se juntaram a outras 43 aves, dos quais 38 canário da terra, que serão soltos no Parque Ecológico de Maracajá. Os outros pássaros foram entregues ao posto do Ibama de Praia Grande, no sábado, por um criador. Sabendo que sua situação era irregular, o homem quis se beneficiar da lei que anistia quem entrega por vontade própria aves em cativeiro. "Ele não vai sofrer nenhuma penalidade", explicou José Wilson, incentivando outros proprietários de aves a fazerem o mesmo.
