Correio do Sul
Mulheres são determinadas, corajosas e faceiras, por isso não seria a chuva que as impediria de participar, na tarde de ontem, de um evento promovido pela administração municipal em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Armadas com sombrinha, bolsa e batom, mais de 600, de todas as idades e vindas de todo o município, lotaram o salão paroquial da igreja matriz.
Lá, o prefeito Antônio de Fáveri (PT), nas suas palavras de boas vindas lembrou que são visíveis os avanços que as mulheres conquistaram nos últimos anos, mas uma coisa pouco mudou: a maioria ainda enfrenta a dupla jornada de trabalho – em casa e fora. "Algumas chegam a trabalhar 16 horas por dia, como aquelas operárias que em 8 de março de 1857 foram mortas porque pediam redução da jornada", disse Antônio. Realmente, é preciso avançar mais nas conquistas, avalia dona Ruth Paganini, 67.
Ao longo da vida ela viu a situação da mulher mudar para melhor, mas quer mais. "Hoje a mulher já não depende do homem e isso é o certo. Mas em algumas coisas elas ainda ficam pra trás". Para garantir novas conquistas, o jeito é participar e se fazer presente na sociedade, opina a idosa. Moradora da mesma localidade, Tenente, Simone Martins concorda. Mais jovem, ela é de uma geração que já não sente inveja dos homens, como era comum antigamente, pela liberdade que eles têm. "Nós também temos bastante liberdade e é bem melhor ser mulher", diz. Luiza Matias Vitalli, também achava, e era mulher, mãe, amiga, em toda sua grandeza. A morte dela, em um acidente de trânsito no domingo de carnaval, chocou todos que a conheciam. E a homenagem feita a ela durante o evento, emocionou e arrancou lágrimas até de quem não sabia quem ela era.
Mas os sorrisos voltaram durante a palestra sobre auto-estima, a distribuição de brindes e o café colonial servido no final. Muita conversa, risadas, presentes e comidas gostosas que fazem reclamar das calorias ganhas – mas que ninguém deixa de comer -, fazem a alegria de qualquer mulher.