Correio do Sul
Quando sua filha nasceu, Teresinha Felícia Melo levou um choque. Não estava preparada para ouvir o diagnóstico que o médico lhe deu pouco depois: a criança tinha Síndrome de Down. "Na gravidez a gente fica pensando com quem o bebê será parecido e acreditando que ele será perfeito. Ninguém espera por isso", confessa a mãe.
Hoje, com 12 anos, a menina é a alegria da família e leva uma vida praticamente normal. Já Teresinha é a vice-presidente da Associação Down Show, que reúne quase 70 pais e colaboradores de portadores de Down. Entre os objetivos da entidade, está o de apoiar os pais na hora em que são comunicados sobre o acidente genético – é o que a síndrome é – que aconteceu com seu filho. "Às vezes os médicos falam isso com muita frieza.
É preciso uma forma mais delicada de dar a notícia e falta informação aos pais", acredita Teresinha, que na manhã de sábado, participou do primeiro ato público da Associação. No calçadão, os membros comemoraram o Dia Internacional da Síndrome de Down, entregando um panfleto à população. Quem parou para conversar um pouco, encontrou ali a simpática Laura, 8, que cursa a terceira série, adora brincar de roda com as colegas no recreio, em casa anda de bicicleta e curte jogos no computador.
A única coisa que deixa perceber que ela tem Down são os olhos 'puxados'. Uma característica da síndrome que por lembrar os mongóis, povo oriental, fazia com que essas crianças fossem chamadas de mongolóides. O termo está ultrapassado, assim como a ideia de que ter Down é uma doença que impede a pessoa de viver em sociedade. O único impedimento para isso atualmente é o preconceito. "A aceitação já melhorou muito, mas é preciso avançar mais", dizem Aldo e Rosângela, pais de Laura. Eles sabem, por exemplo, que se esses jovens forem a uma festa, não serão convidados a dançar pelos ditos 'normais'.
Por isso a Associação – criada há oito meses – luta para ter sua sede própria. Além de poder oferecer ali serviços como de fonoaudiólogo e fisioterapeuta, profissionais que já são voluntários na entidade, poderão também ser oferecidas opções de lazer para estes meninos, meninas, moças e moços que querem e podem se divertir como qualquer um de sua idade. Pessoas interessadas em colaborar com a Down Show ou fazer parte dela podem entrar em contato com Guilherme pelo fone 9985 2838.