Correio do Sul
Dona Serafina é mãe de Cloreci, que é mãe de Marilete, que é mãe de Géssica, que é mãe de…grávida de quatro meses, ela ainda não sabe. O bebê será a quinta geração dessas mulheres que têm assinatura de homem, Joaquim, e que são alegres, bonitas, fortes e se tornam mães muito cedo.
A história começa com dona Serafina Delfino Joaquim, a Finoca, de 75 anos e 16 filhos. A primeira nasceu quando ela tinha 16 anos. É Cloreci, hoje com 58 e que aos 17 começou a ter seus cinco filhos. Um deles é Marilete, que casou com 16, foi mãe aos 17 e está com 36. Marilete teve duas filhas. A mais velha, Géssica, de 18 anos, está grávida.
Ainda tão jovem, ela no entanto, é a que será mãe mais velha para os padrões da família. O bebê de Géssica fará Marilete avó aos 36 anos, sem que ela aparente ter mais de 35. Já Cloreci se torna bisavó antes dos 60. Se para uma avó ela já parece jovem demais, o que dizer de bisavó. Cloreci trabalha no posto de saúde e no hospital de Torres, faz curso de auxiliar de enfermagem e se prepara para tirar carteira de motorista.
Como avó de Géssica, ela é bem diferente do que foi sua própria avó, que a criou. "Nossa, não tem comparação. Minha vó era bem séria, parecia mesmo velha", conta Cloreci. Sua filha Marilete não será uma vovozinha com cara de brava. Pelo contrário, ela garante que ficou feliz com a gravidez de Géssica dez meses depois do casamento.
Todas elas defendem que ter filhos cedo traz mais vantagens que desvantagens. Uma vantagem está ali, na frente delas: o neném que nascer conviverá com dona Finoca, sua tataravó. Um dos problemas é que com tanta gente fica difícil reunir a família. "Lá em casa não cabe mais todo mundo, nem no pátio dá", diz dona Serafina. Mas acrescenta: "Pode já ter muitos, mas todos que chegam são bem-vindos".
Como a maioria dos nascimentos são de meninas, a torcida é pra que Géssica tenha um menino. Mas se for menina, deve ser como todas elas. "Somos todas conversadeiras e animadas", confirma a futura mamãe.