Ser artesão exige criatividade, paciência e determinação. Virtudes que os dez associados do Condomínio do Artesanato precisam ter para manter as portas abertas durante o inverno. O condomínio surgiu há dois anos, numa parceria entre a prefeitura e artesãos do município. A administração municipal adquiriu o terreno e construiu as dez pequenas peças de madeira que foram repassadas aos artesãos por R$ 2 mil. Em troca, eles se comprometeram a manter o local funcionando o ano inteiro. "Se fechar é pior. Como não pagamos aluguel, o que vender é lucro", diz Débora da Silva Pereira, presidente da associação que está a frente do condomínio.
Pela manhã, Débora tece tapetes em casa e a tarde vai para a lojinha levando o que produziu para ser pintado, já que o movimento é pequeno. A maioria dos artesãos permanece ali apenas das 15 às 18h. A exceção é Zaira Nunes, uma costureira que fora da temporada se dedica a confecção de uniforme escolar e conserto de roupas. "Venho o dia inteiro porque pra mim sempre tem trabalho", esclarece. Neste período, Débora prepara o estoque de verão e também vende seus tapetes para Porto Alegre. Não é fácil viver apenas de artesanato, reconhece, e dá a dica: "É preciso ir atrás de coisas novas, ter um diferencial a oferecer". No seu caso deu certo, pois os R$ 2 mil pagos pela lojinha já foram pagos no primeiro ano de trabalho. Agora, tudo é lucro.
Correio do Sul